investir no desenvolvimento de pessoas

É fato: desenvolvimento de pessoas e treinamentos corporativos não estão no topo da lista de prioridades das companhias brasileiras. De acordo com a última pesquisa Panorama P&D 2019, o investimento médio anual das empresas na área corresponde a 0,58% do faturamento — ou 1,62% sobre a folha de pagamentos.

O país se recupera de uma crise econômica e é natural que as organizações ainda estejam com os cintos apertados. Entretanto, investimentos em desenvolvimento de pessoas garantem benefícios de médio e longo prazos que podem ser cruciais para o sucesso do negócio.

Conheça abaixo 5 razões incontestáveis para que sua organização não apenas invista mais em pessoas, mas também desenvolva um planejamento estratégico de T&D.

Sua empresa se tornará mais competitiva

É assustadoramente comum que empresas enxerguem funcionários como peças de engrenagem. É uma herança do modelo de trabalho que emergiu com as Revoluções Industriais e que tende a desaparecer com o avanço da Indústria 4.0.

Não é por acaso que, nos próximos sete anos, 30 milhões de empregos — 54% da força de trabalho — devem desaparecer apenas no Brasil por conta da automação das tarefas, segundo pesquisa recente da UnB.

Um dos caminhos mais seguros para sua empresa aumentar a produtividade e se tornar mais competitiva de maneira sustentável é investindo nas pessoas.

E não se trata apenas de desenvolver habilidades utilitárias, como o manuseio de máquinas e produtos. Competências de negócios, liderança e de relações humanas, por exemplo, são cruciais para o sucesso profissional e organizacional.

Profissionais capacitados tornam a empresa mais resiliente às crises e mais competitivas em meio às oportunidades. O acesso ao conhecimento permite o surgimento de novas ideias e identificação de nichos de negócios por qualquer pessoa, independente da posição hierárquica.

Empresas ágeis tendem a aproveitar melhor as chances diante de uma nova tendência. Mesmo quando falham, conseguem se recuperar rapidamente e angariar novas experiências.

Para ser uma empresa ágil, produtiva e competitiva, é necessário ter processos funcionais e pessoas capacitadas e em atualização profissional permanente.

O turnover tende a cair

A rotatividade nas empresas brasileiras historicamente é superior a 40%, segundo o DIEESE — ou seja, o fluxo de entradas e saídas é quase a metade do corpo de funcionários que permanece nas empresas.

É um volume médio alto, embora o padrão varie de acordo com o setor e o segmento de cada empresa, especialmente se o modelo de negócios é associado à sazonalidade.

Ajustes financeiros, operações de fusão e aquisição, baixa motivação dos colaboradores e abertura de novas frentes de negócios estão entre as razões para aumentos pontuais no turnover.

Porém uma alta rotatividade — seja por decisão da empresa ou por insatisfação dos funcionários — é danosa para o cotidiano.

Um novo funcionário, até que alcance o pleno domínio das suas funções na empresa, requer investimentos e uma certa margem para erros. Quando um mais antigo e experiente é substituído por alguém novo, há uma perda natural de produtividade.

O treinamento e desenvolvimento de pessoas é um aliado de primeira para a redução da rotatividade. Por um lado, capacita e prepara as pessoas para fazerem mais do que apenas o seu trabalho.

Por outro, aumenta a moral das equipes e deixa a mensagem de que a empresa tem interesse no crescimento individual, um fator determinante para que a própria organização seja bem sucedida.

A motivação e o ânimo dos funcionários aumentam

Estar motivado não é apenas gostar do que faz, mas saber que existe um propósito na atividade desempenhada, ter a garantia de que o tempo e esforço investido faz a diferença nos resultados da organização e ter um bom relacionamento no trabalho.

Conforme demonstrado fartamente nos estudos de Hawthorne, a integração social desempenha um papel importante na eficiência dos funcionários. É como se cada empresa fosse um recorte longitudinal da sociedade.

Investir em T&D, portanto, tem um impacto direto na capacidade individual de entrega de resultados. Sua eficácia atinge tanto a capacidade funcional do indivíduo quanto a integração social dele com o grupo.

A execução da estratégia tem maiores chances de sucesso

Na imensa maioria das empresas — tanto as de pequeno porte quanto grandes organizações — o problema não é o planejamento estratégico, mas a sua execução.

Passar as ideias do papel para a realidade é um desafio complicado. Há um fator que tanto pode ser um obstáculo quanto um aliado: as pessoas.

A comunicação da estratégia e a capacidade do corpo funcional de executá-la depende de uma política de investimentos em T&D. Não basta ter vontade e pedir explicitamente que as pessoas façam como está escrito.

Isso porque a realidade é mais ampla do que qualquer diagnóstico. Imprevistos acontecem, situações que sequer foram imaginadas se interpõem e cabe às pessoas pensarem em soluções, flexibilizar a estratégia para que o objetivo final seja alcançado.

Sem um pessoal treinado e capacitado, a execução da estratégia pode falhar aos primeiros sinais de imprevistos.

Seus clientes serão atendidos como você nunca imaginou

Mesmo na era da automação, todos os funcionários da sua empresa são pessoas que trabalham para resolver problemas de outras pessoas — seus clientes. E sem clientes, não há empresa que sobreviva.

Se uma empresa não investe no treinamento e desenvolvimento de seus funcionários, é difícil esperar que eles atendam os clientes com a qualidade e prontidão necessárias.

Ou seja, funcionários mal preparados sugerem que uma empresa não carrega uma grande preocupação com a satisfação e bem-estar dos seus clientes. E isso é um problema sério, porque os consumidores percebem quando são mal atendidos.

Investir no capital humano é a melhor jogada que sua empresa pode fazer no mercado neste momento. O contínuo desenvolvimento de pessoas garante benefícios sustentáveis ao longo do tempo, tornando sua empresa mais ágil, adaptável, eficiente e pronta para resolver os problemas da clientela.

Fonte: Portal Administradores