Os conceitos são importantes e a fase atual em que as empresas estão direcionadas a ratificar orçamento para o exercício 2019 e muitas vezes tendo, também, uma preliminar para 2020 alimenta, mais ainda, essa questão – o nosso investimento será em CAPEX
Com a globalização da economia o que invariavelmente resulta em situações voltadas a análises de números lastreados por termos financeiros, muitas vezes nos deparamos com questões relacionadas a CAPEX ou a OPEX. O termo CAPEX significa Capital Expenditure e o termo OPEX significa Operational Expenditure.
Sem muito detalharmos os agregados técnicos, o CAPEX é o investimento realizado na aquisição de máquinas, equipamentos, ou infraestrutura cujo objetivo é a melhoria das condições de produção. O OPEX tem relação direta com os gastos operacionais incluindo aqueles destinados a manutenção dos meios produtivos, inclusive do CAPEX.
Para a empresa ter um produto ou serviço, com aceitação no mercado e com competitividade garantida, obrigatoriamente, ela faz investimento inicial em meios de produção, ou em meios fixos de comercialização. Na análise inicial do seu “business” esse investimento tem o enquadramento como CAPEX.
Pela sua característica voltada a suportar a produção, é importante que esse CAPEX reduza os custos operacionais, ou seja, produza mais com menos, não tenha quebras de produção, não tenha problemas de manutenção frequentes, seja de fácil manuseio pelos profissionais responsáveis pela sua operação.
Os investimentos em modernização de linhas industriais, ou na sistematização dessa linha, ou na sua automatização também podem ser classificados como CAPEX.
Na gestão das empresas esse é um ponto sensível quanto a decisão dos administradores, ou seja, o quanto deve-se investir em CAPEX e em OPEX para se ter determinado nível de resultado. A crise econômica dos últimos anos, demonstrou isso de forma clara. Várias empresas fizeram altos investimentos, por exemplo, em instalações próprias, ou em novas linhas de produção, seja na sua compra ou na sua modernização, e a economia não reagiu na mesma proporção desse investimento, ou seja, o alto investimento em CAPEX, tirou recursos do giro do negócio, muitas vezes endividou o empresário, fez com ele se descapitaliza-se e isso trouxe para muitos deles sérios problemas financeiros.
O CAPEX pelo seu próprio conceito tem dificuldades para se tornar um item com disponibilidade fácil e rápida para a empresa, ou seja, não é um item cuja aquisição tem o objetivo de comercialização, e a própria instalação já lhe traz natural perda de valor, o seu objetivo é manter a capacidade produtiva. O seu não uso, ou seja, a permanência dele inoperante, também causa custos considerando a necessidade de manutenção e por vezes de atualização sistêmicas para quando efetivamente for colocado em plena produção.
Em termos tributários também há uma questão a analisar quando avaliamos os dois conceitos, visto que as possibilidades de alguns créditos quando falamos em CAPEX, são de médio a longo prazo. Ainda, analisando os problemas econômicos dos últimos anos, verificamos empresas que por questões financeiras ou até mesmo relacionadas a planejamento tributário, se desfizeram de seus CAPEX classificados como instalações e alugaram instalações de terceiros sendo que com isso os recursos obtidos na venda das instalações tiveram destinação a suportar a operação, ou seja, aporte de caixa ou até mesmo investimentos no mercado financeiro, e o gasto com o aluguel de instalações passou a fazer parte do seu custo operacional, possibilitando certos créditos tributários.
A visão do OPEX está relacionada ao controle orçamentário, ao aperto de cinto nas despesas operacionais, ao bom comparativo e acompanhamento do orçamento financeiro com o fluxo de caixa, ao bom controle da produção no que tange a mão de obra, insumos e processo industrial, considerando que uma parte dessa análise relacionada a máquinas e equipamentos e instalações está enquadrada como CAPEX.
Principalmente no processo de manufatura a visão dos dois conceitos muitas vezes se confunde, mas é importante em uma análise orçamentárias separá-los, ou seja, se a discussão pré-orçamento é o aumento de produção para o próximo ano, esse aumento de produção pode necessitar de investimentos, que também poderão ser destinados a linha de produção atual com o intuito de fazê-la suportar essa demanda adicional voltada a atender as novas metas. Se precisarmos adquirir novas máquinas vamos tratar o assunto como CAPEX, mas se a análise é voltada a terceirizar esse adicional de produção estamos falando de OPEX.
Os conceitos são importantes e a fase atual em que as empresas estão direcionadas a ratificar orçamento para o exercício 2019 e muitas vezes tendo, também, uma preliminar para 2020 alimenta, mais ainda, essa questão – o nosso investimento será em CAPEX ou em OPEX? Proporcionalmente com qual variação trabalharemos entre as duas modalidades de investimento? Em termos de estratégia de negócio é melhor, atualmente, transformar o CAPEX em OPEX, ou partimos diretamente para o investimento em OPEX, como é o caso da terceirização de produção que comentamos acima. E se o mercado não reagir como estamos imaginando é melhor transformar o CAPEX em OPEX ou o OPEX em CAPEX?
Enfim, para o gestores e administradores, o conceito deve ser – o bom CAPEX é o que reduz o OPEX.
Fonte: PORTAL CONTÁBEIS