A Gestão de benefícios é um assunto para aqueles desejam que seus funcionários “vistam a camisa” da empresa e não pensem em trocar de emprego. Talvez você já seja essa pessoa, mas ainda precise entender melhor do que estamos falando e por que isso é importante.

Ter funcionários comprometidos, engajados com a busca de resultados que levem um negócio ao sucesso é o sonho de qualquer empreendedor. Para criar esse cenário, um gestor precisa entender que o salário não é o único fator que pesa para a motivação ou permanência dos profissionais.

Há diferentes questões que impactam na relação de um gestor ou de uma empresa com seus funcionários: clima organizacional, plano de carreira e o pacote de benefícios nas empresas estão entre eles. Continue a leitura e saiba mais!

Por que oferecer pacote de benefícios: os impactos dessa estratégia

No contexto empresarial, os benefícios podem ser definidos como “regalias ou vantagens concedidas aos empregados como parte que se adiciona aos salários”.

Certamente, não estamos falando de valores que compõem, por lei, a remuneração de um trabalhador como a quantia devida por horas extras realizadas ou pelo adicional noturno, por exemplo. Estes são benefícios obrigatórios apresentados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Benefícios são vantagens que a empresa não é obrigada a conceder a seus funcionários. Como você deve estar imaginando, a oferta de um pacote de benefícios nas empresas tem um custo e isso pode fazer com que um empregador não entenda por que adotar essa estratégia.

A verdade é que existem bons motivos para que você veja a concessão de benefícios como uma forma de investimento e não como um custo adicional. É com base nesse entendimento que diversas empresas como Unilever, Grupo Boticário e a Google “abusam” da criatividade para criar benefícios.



A seguir, apresentamos alguns impactos na relação com os funcionários para que você entenda por que conceder benefícios vale a pena, inclusive considerando as finanças de sua empresa:

Pedro é um profissional de nível pleno que tem um futuro brilhante pela frente. Sua formação, experiência e personalidade são vistas pelos entrevistadores do RH como uma combinação de fatores que tendem a agregar muito valor às empresas.

Com tudo isso, Pedro é um profissional disputado e tem pela frente o desafio em optar por pela empresa A, que remunera acima da média do mercado, ou pela empresa B, que se mantém na média, mas apresenta benefícios.

Em um primeiro momento, na tentativa de colocar as duas realidades na balança, pode ser que você chegue à conclusão de que as propostas são equivalentes, ficam “elas por elas”.

Isso porque, sendo melhor remunerado por A, Pedro pode arcar com despesas como abastecer o carro para ir e voltar do serviço por conta própria. Sendo assim, não precisa optar por B só porque a empresa concede um vale-combustível como benefício, certo? Talvez não.

Mesmo em uma situação tão simples quanto essa, a questão é que a concessão de benefícios transmite aos profissionais a ideia de que a empresa B busca formas de valorizar seus funcionários.

Assim, ainda que na ponta do lápis a situação acabe sendo bastante similar, a intenção ― traduzida em ações ― de querer fazer mais do que somente remunerar conta como ponto positivo para a contratante.

Como consequência, a oferta de um pacote de benefícios nas empresas pode ser um diferencial decisivo para a atração de talentos que, como Pedro, são disputados pelo mercado;

Foi-se o tempo em que era considerado normal que empresários ou gestores enxergassem os funcionários como peças de uma engrenagem. Nos últimos anos, acompanhamos o aumento do apelo por uma relação mais humana no ambiente de trabalho.

As mudanças são um convite para que gestores entendam que a falta de compromisso ou de responsabilidade não são os únicos fatores possíveis por trás de atrasos ou faltas.

Em alguns casos, a falta de motivação para encarar a rotina de trabalho pode ser a justificativa. Algo que, por sua vez, não acontece somente por falta desinteresse.

Trabalhadores gostam de se sentirem valorizados no dia a dia e instigados a cumprir com suas tarefas. Esse objetivo pode ser alcançado por meio de diferentes estratégias como a concessão de feedbacks positivos e de benefícios.

Lembrar que eventuais dificuldades, profissionais ou pessoais, podem ser amenizadas ou recompensadas com as vantagens oferecidas pela empresa tende a contribuir para que o trabalhador queira fazer por onde colher os benefícios.

O mesmo raciocínio apresentado no ponto anterior nos ajuda a entender por que a concessão de benefícios também contribui para reduzir o turnover, um problema que pode ser ainda mais danoso para a empresa.

Atrasos e faltas podem prejudicar o fluxo de trabalho e, com isso, a conquista de resultados. Uma entrega que atrasa pode até comprometer a relação da empresa com seus clientes, tendo um impacto mais significativo para o futuro dos negócios.

Fugindo das possibilidades e passando a algo mais concreto o turnover elevado afeta diretamente o caixa de uma empresa. Um funcionário insatisfeito ou desmotivado pode simplesmente manifestar o desejo de encerrar seu contrato e se demitir ou propor uma demissão por acordo trabalhista.

Seja como for, a empresa precisa arcar com o acerto das verbas rescisórias e, a depender do tempo de casa que o funcionário tem, o valor a ser pago pode ser bastante elevado.

Além das despesas de diferentes processos de demissão, o turnover elevado faz com que a empresa também precise gastar com processos seletivos e, por vezes, com treinamentos.

Nesse intervalo, os funcionários remanescentes lidam com as consequências dos desfalques que pode afetar sua produtividade e resultados. Com a chegada dos novos profissionais, suas equipes vão precisar de um período de adaptação para estabelecer uma nova dinâmica de trabalho, o que também pode postergar a conquista de metas.

Se a concessão de um pacote de benefícios nas empresas atrai talentos, também ajuda a retê-los porque eleva o employer branding. E isso tende a ter impacto direto nas finanças, promovendo a redução dos custos atrelados ao alto turnover;

Como já dito, trabalhadores gostam de se sentir valorizados e os benefícios podem contribuir para isso de diferentes formas.

Um plano de saúde, por exemplo, faz com que os funcionários se sintam mais bem cuidados e, inclusive, entendam que podem buscar a ajuda profissional necessária para manterem-se bem física e emocionalmente.

Benefícios como este têm o efeito de promover um ambiente mais agradável na empresa. Algo que afeta a disposição geral dos funcionários em compartilharem do mesmo ambiente do trabalho e de se relacionarem de forma positiva.

Tudo isso, como você deve estar imaginando, contribui para deixar o clima mais propício para que todos se dediquem ao máximo e tenham a produtividade elevada. Algo que, consequentemente, favorece os resultados da empresa como um todo.

Benefícios e sua gestão: do que estamos falando?

Agora que você já sabe por que adotar uma política de concessão de benefícios, deve estar no aguardo para saber suas possibilidades quanto ao quê oferecer, certo? Antes disso, porém, precisamos falar sobre o que é gestão de benefícios e entender sua importância.

Esse entendimento vai ajudar você a analisar melhor cada sugestão de benefício que apresentaremos adiante com um pouco mais de responsabilidade. Assim, acreditamos que você terá mais clareza de que precisa estudar e planejar bem sua política antes de implementá-la.

O conceito de gestão de benefícios pode ser apresentado da seguinte forma:

“Um conjunto de mecanismos alinhados à visão da organização para oferecer outras formas de remuneração aos colaboradores além de seu salário. Tem como objetivo trazer resultados em relação a motivação pessoal da equipe, para aumentar a produtividade e reter talentos”.

Sendo assim, podemos dizer que a gestão de benefícios nas organizações é o que garante a conquista de tudo aquilo o que elencamos ao explicar por que vale a pena investir nessa estratégia. Algo que depende do esforço para administração das vantagens oferecidas aos funcionários. 

Essa gestão começa com a avaliação da realidade da empresa e das necessidades dos trabalhadores para determinar quais benefícios são adequados e quais não.

Essa gestão também segue para o lado da avaliação das possibilidades financeiras da empresa, bem como de sua capacidade de firmar parcerias de sucesso para a concessão de benefícios.

Ainda, a empresa precisa adotar mecanismos para se certificar de que os benefícios estão surtindo o efeito esperado. Isso vai servir tanto para confirmar a ideia de que essa estratégia funciona como um investimento quanto para promover mudanças, caso necessário.

Se a gestão de benefícios na empresa não for eficiente, o empregador pode acabar perdendo dinheiro, ver seus funcionários desmotivados e até mesmo inclinados a buscar outro emprego.

Como fazer uma gestão de benefícios eficiente

A reflexão sobre a importância da gestão de benefícios não tem por objetivo desanimar você da ideia de adotar essa estratégia. Entender que a concessão de vantagens requer planejamento estratégico pode livrar você de frustrações.

Algo que depende também do conhecimento de medidas que podem ser adotadas para garantir uma gestão eficiente. Vamos a elas!

Como qualquer nova ideia a ser adotada oficialmente, a política de benefícios de sua empresa deve ser devidamente estruturada. O processo de criação pode, inclusive, contar com ajuda especializada de uma empresa de Recursos Humanos que ofereça esse serviço ou uma consultoria.

O pacote de benefícios escolhidos bem como suas regras e condições precisa ser documentado para, então, ser apresentado aos funcionários e candidatos à vagas na empresa.

Aposte em uma comunicação clara para evitar dúvidas e assegurar que o efeito de motivação ou atração realmente aconteça. Além disso, mantenha canais de comunicação abertos para resolver dúvidas e fazer com que a nova política seja bem recebida por todos;

No processo de criação do pacote de benefícios na empresa, lembre-se de analisar as necessidades de seus funcionários e, se possível, evite engloba-los todos em um mesmo grupo.

Se um funcionário mora perto o suficiente do local de trabalho para ir à pé ou se prefere se deslocar de bicicleta um vale-combustível não vai conquistá-lo.

O exemplo serve para ilustrar a importância de considerar a flexibilização os benefícios. Algo que tende a deixar o planejamento e a gestão mais desafiadores, mas que aumenta as chances de sua empresa em conquistar as vantagens decorrentes da adoção dessa estratégia;

Para facilitar todo o trabalho de gestão de benefícios é interessante contar com alguma ferramenta que diminua o peso da parte burocrática dessa estratégia.

Atualmente, é possível encontrar softwares de gestão personalizáveis que podem ser úteis nesse sentido. Para entender por que avaliar a adoção desse tipo de tecnologia, vamos a uma breve reflexão.

Se sua empresa decidir conceder planos de saúde para os funcionários e seus dependentes, certamente precisará acompanhar as mudanças que esse tipo de serviço impõe a diferentes faixas etárias. Perder o controle quanto a essa questão pode prejudicar o acesso ao benefício e trazer problemas para a empresa.

Apostar em formas de melhorar a comunicação interna é positivo para uma empresa por diferentes motivos. Um deles está relacionado à avaliação quanto à validade e efetividade dos benefícios concedidos.

As trocas entre os funcionários e a empresa ― sejam elas realizadas por meio do RH ou por conversas com as lideranças ― são importantes para que se tenha acesso ao feedback dos trabalhadores quanto a estratégia adotada.

O ideal é que essas informações sejam contrastadas com dados sobre a produtividade, o turnover e as avaliações de clima. Isso porque uma política de concessão de benefícios não precisa ser engessada, podendo evoluir gradualmente para se adequar cada vez mais à realidade da empresa;

A evolução do pacote de benefícios concedidos já é um tipo de revisão. Porém, a ideia é outra e diz respeito à adequação da vantagem oferecida a cada funcionário ao longo do tempo.

Um trabalhador que optou pelo vale-academia, por exemplo, pode desejar uma mudança para um plano de saúde mais robusto, que englobe dependentes, com a gravidez da esposa ou nascimento do seu bebê.

É certo que, por parte dos gestores, existe a expectativa de que os funcionários aproveitem os canais de comunicação para manifestar suas necessidades. Entretanto, como não são eles que definem as regras para a política de benefícios, podem ficar inseguros ao solicitar qualquer mudança.

Por essa razão, é interessante que a gestão de benefícios inclua uma revisão periódica daquilo o que é concedido a cada trabalhador e faça as adequações necessárias ou desejadas.

O que oferecer: os principais benefícios e sugestões inovadoras

Ao longo do texto, mencionamos alguns benefícios que já lhe serviram de sugestão para a criação do pacote a ser ofertado por sua empresa. Existem ainda outras possibilidades, entre as que já são tradicionais e outras mais recentes e inovadoras.

A seguir, você confere um apanhado de algumas vantagens que podem ser estudadas e escolhidas para a sua empresa e, consequentemente, da sua gestão de benefícios.

Você vai notar que há sugestões que são mais simples e que, por essa razão, podem ser de mais fácil implementação. Outras vão demandar um pouco mais de planejamento, inclusive financeiro, para que se tornem viáveis. Com isso em mente, analise-as considerando a realidade e as possibilidades de sua organização.

Horário flexível

Uma pesquisa feita pela Robert Half International ― empresa global de consultoria em Recursos Humanos ― indicou que uma jornada de trabalho flexível é um benefício mais desejado pelos funcionários do que um plano odontológico, por exemplo.

O horário flexível de trabalho permite que os funcionários tenham mais liberdade para escolher seus horários de início e fim de jornada, desde que em acordo com as regras da empresa.

Entre outras vantagens, a concessão desse benefício pode contribuir para a redução de custos ― porque autoriza o home office ― e para a redução de atrasos e faltas. Ainda, favorece a motivação e a produtividade.

Geladeira aberta

Fazer com que os funcionários se sintam acolhidos e bem cuidados é uma estratégia que tende a favorecer o clima organizacional. Algo que impacta a motivação e a retenção de talentos.

A geladeira aberta é uma ideia adotada por diferentes empresas, entre elas, o Google. A ideia é deixar alimentos à disposição dos funcionários e permitir que eles fiquem à vontade para consumi-los.

A medida pode ser benéfica para a saúde e para a produtividade. Isso porque, não são raros os casos de profissionais que se alimentam mal ou comem pouco por foco excessivo no trabalho.

Vale-academia

Outro benefício que está associado à saúde e à qualidade de vida é o vale-academia. Nos últimos anos, foi registrado um aumento no número de brasileiros que pratica algum tipo de atividade física.

Incentivar ou viabilizar a adoção desse hábito por meio de um vale-academia ou algo similar pode contribuir para a conquista desse objetivo por parte dos funcionários que desejam se exercitar mais.

A atividade física libera hormônios que promovem a sensação de felicidade, favorecem a qualidade do sono e, segundo estudos científicos, têm impacto positivo nas funções cerebrais. Como resultado, tendem a melhorar a contribuição do funcionário no trabalho.

Vale-cultura

O vale-cultura é um benefício que pode ser utilizado para a compra de livros, acesso à peças de teatro, filmes e outros produtos culturais que agregam valor à formação do profissional enquanto indivíduo.

Até mesmo shows podem ser incluídos na lista de eventos acessados por meio do vale, o que tende a ter impacto bastante positivo para o employer branding.

Programa de gestantes

O programa de gestantes é um benefício concedido por empresas como a Unilever e o Grupo Boticário. Cada programa pode ter suas próprias características, mas a ideia é incluir cursos que preparem as futuras mamães e papais, bem como os ajudem nos primeiros cuidados com o bebê.

Esse é, sem dúvida, um benefício inovador, sobretudo considerando que ainda é comum no país o receio de demissões após o retorno da licença maternidade. A existência de um programa de gestantes passa a ideia oposta de que a empresa, na verdade, valoriza tanto suas funcionárias (e funcionários) que quer ajudá-los nesse momento especial de suas vidas.

Auxílio-creche ou berçário

O auxílio-creche é uma vantagem mais conhecida e presente no pacote de benefícios das empresas. Outra opção para quem deseja apresentar um diferencial de peso é a criação de um berçário no local de trabalho.

Mães que têm a oportunidade de estarem mais próximas de seus bebês após o retorno ao trabalho tendem a se preocuparem menos e focarem mais no trabalho. Assim, esse é mais um benefício que favorece trabalhadoras e empresa.

Bolsas de estudo

Crescer profissionalmente é o objetivo de muitos trabalhadores e, por essa razão, a existência de um plano de carreira é um bom diferencial para quem contrata.

Se uma empresa adota uma política de gestão de benefícios para atrair e reter talentos, certamente quer contar com os profissionais mais qualificados do mercado. Para tanto, a concessão de bolsas de estudo integrais ou parciais pode ser incluída na lista de benefícios.

O trabalhador se sente convidado e motivado a aumentar seu currículo e sua lista de habilidades entendendo que tem chances de subir na hierarquia da empresa. Algo que tende a contribuir para a sua lealdade e desejo de permanecer na organização.

Programas de mentoria

Ainda considerando o crescimento profissional, outra opção de benefício são os programas de mentoria.

A Unilever aposta nessa estratégia permitindo que o trabalhador escolha um mentor que também faça parte do quadro de funcionários. Tal mentor é preparado para sua função e o mentorado tem atenção especial para desenvolver habilidades e se aprimorar.

Viagem de férias

Viagens podem ser transformadas em experiências inesquecíveis. Imagine o quanto um funcionário pode falar bem da empresa e sentir desejo de permanecer nela depois de realizar a viagem dos seus sonhos graças a um benefício do trabalho?

Além da realização, aumentam-se as chances de que o funcionário retorne às suas atividades mais descansado e preparado para manter-se produtivo e conquistar os resultados desejados.

A lista de vantagens que podem ser incluídas no pacote a ser criado por uma empresa contempla diversas outras possibilidades.

Aqui, selecionamos uma variedade delas com o intuito de lhe apresentar boas ideias que, simples ou mais complexas, revelam a necessidade de uma boa gestão de benefícios para garantir os impactos positivos na motivação, produtividade, redução de custos e outros.

Conteúdo Original Blog Tangerino