Imposto Único

A possibilidade de uma reforma tributária é cada vez mais debatida e defendida. Com um sistema tributário marcado pela complexidade, o Brasil poderia se beneficiar de mudanças que simplificariam a arrecadação de tributos para os cofres públicos. Entre as propostas que surgiram, está a criação do Imposto Único – que substituiria todos os tributos cobrados atualmente.

Ou seja, todos os tributos que estamos habituados a pagar seriam extintos e surgiria um único imposto. Esse imposto incidiria sobre movimentações financeiras, sendo cobrado sobre cada parte de uma transação bancária (débito e crédito).

Mas, afinal, como funcionaria o Imposto Único? Neste artigo veremos as principais características dessa proposta.



O que é o Imposto Único?

O Imposto Único é uma proposta de reforma tributária criada por Marcos Cintra, que é economista e atual secretário da Receita Federal. A proposta é bem simples: substituir todos os tributos por um imposto unificado que incidiria sobre as transações bancárias.

Na prática, ele seria muito semelhante à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Porém, teria uma alíquota maior e carregaria o status de único imposto do sistema tributário brasileiro.

Os defensores dessa proposta destacam algumas vantagens desse modelo tributário: dificuldade na sonegação, redução dos gastos com a contratação de fiscais da receita, evitar transtornos relacionados ao cálculo de tributos e reduzir a necessidade de profissionais da contabilidade e advocacia.

Por outro lado, o Imposto Único também possui argumentos contra a sua implementação. Os pontos negativos destacados são: a tributação de atividades não-econômicas, distorções no sistema de preços, desigualdade na tributação conforme o setor da empresa e a indução de hábitos antieconômicos (como a realização de transações em dinheiro vivo para evitar a tributação).

A proposta do Instituto Brasil 200

Instituto Brasil 200 é formado por grandes empresários de diversos setores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Esse grupo de empresários lançou um manifesto que apoia a reforma tributária para criação desse tipo de imposto. A ideia é eliminar os mais de 90 tributos no Brasil e manter um único tributo sobre movimentação financeira.

O documento Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único sobre movimentação financeira propõe uma alíquota de 2,81% para quem paga e também para quem recebe. Além disso, em caso de saques, o percentual seria dobrado para tributar as compras em dinheiro.

Diferença entre Imposto Único e o IBS

Além do Imposto Único, outra proposta que ganhou destaque nos últimos meses foi a criação do IBS. O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) seria um imposto unificado que substituiria cinco tributos sobre o consumo: ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS.

Porém, é importante frisarmos que o IBS não é um Imposto Único. Apesar de substituir vários tributos, o IBS não tem o objetivo de ser o único imposto do sistema tributário brasileiro. Apenas os cinco tributos que incidem sobre o consumo seriam substituídos. Por outro lado, o Imposto Único prevê a extinção dos seguintes tributos:

Ou seja, o IBS é uma proposta de reforma tributária que gera impactos menos transformadores na economia. Trata-se de um tributo que segue o modelo do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado), um tributo aplicado atualmente em mais de 130 países do mundo, com muito sucesso.

Conteúdo original Dootax